Eu estava aqui tentando escrever um samba de amor pra mim, porque eu sempre dediquei músicas para as pessoas que eu amava e fiquei sentindo falta de me amar muito. Logo eu que tenho na pele o contraste perfeito com o oceano, logo eu, que choro quando vejo coisas bonitas, que amo sem piedade, que suspiro quando provo uma comida gostosa. Eu olho para mim e penso que, se eu me escolher, se eu escolher sustentar todos os sentimentos, todos os sonhos, todos os absurdos, todas as pequenas delícias, eu vou fazer a escolha mais linda do mundo, porque eu sou toda linda mesmo, não é só porque eu brilho no sol não, também é, mas porque, por dentro e por todo o resto do meu corpo, eu levo comigo um coração e um amor, que só existem, no mundo, dentro de mim.

Que as pessoas que decidirem ficar na minha vida, me tratem com toda a verdade que eu mereço, que, quando elas estiverem por perto, eu sinta que sou amada e vista, e, quando estiverem longe, eu me sinta com sorte por sentir sua companhia mesmo assim, que a gente se mova pra matar a saudade e caminhar no sentido do amor que a gente sente, que eu seja cuidadosa como as pessoas que cuidam de mim são, e que eu me ouça como elas me ouvem, e que eu me respeite como elas me respeitam, porque a gente replica as coisas boas do amor. Que as pessoas que decidirem ficar na minha vida, possam receber o melhor do amor que eu tenho por elas, porque assim vai sobrar motivo para termos o necessário para achar que a vida pode ser maravilhosa.

— Giovanna Lunetta