
Era o �ltimo amor. A casa fria,
os p�s molhados no escuro ch�o.
Era o �ltimo amor e n�o sabia
esconder o rosto em tanta solid�o.
Era o �ltimo amor. Quem adivinha
o sabor breve pela escurid�o?
Quem oferece frutos nessa neve?
Quem rasga com ternura o que foi ver�o?
Era o �ltimo amor, o mais perfeito
fulgor do que viveu sem as palavras.
Era o �ltimo amor, perfil desfeito
entre lumes e vozes e passadas.
Era o �ltimo amor e n�o sabia
que os p�s � terra nua oferecia.
Vitorino Nem�sio





