Confiss�o
N�o amei bastante meu semelhante,
n�o catei o verme nem curei a sarna.
S� proferi algumas palavras,
melodiosas, tarde, ao voltar da festa.
Dei sem dar e beijei sem beijo.
(Cego � talvez quem esconde os olhos
embaixo do catre.) E na meia-luz
tesouros fanam-se, os mais excelentes.
Do que restou, como compor um homem
e tudo que ele implica de suave,
de concord�ncias vegetais, murm�rios
de riso, entrega, amor e piedade?
N�o amei bastante sequer a mim mesmo,
contudo pr�ximo. N�o amei ningu�m.
Salvo aquele p�ssaro � vinha azul e doido �
que se esfacelou na asa do avi�o.
� Carlos Drummond de Andrade
۞ O Tempo � o Senhor da Raz�o ! ۞
Deus � o Senhor do tempo.
M�sica: new age/Enigma
e
M�sico: Fata_Morgana