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PRA�A GON�ALVES DIAS * CAXIAS-MA, CIDADE NATAL DE G. DIAS ( EU TIREI ESSA FOTO)






BIOGRAFIA III


O Grande Amor: Ana Am�lia

Por ocasi�o da elabora��o da antologia po�tica da fase rom�ntica, elaborada por Manuel Bandeira, Onestaldo de Pennafort gentilmente escreveu a nota que segue, retirada daquela obra e aqui transcrita:

" A poesia "Ainda uma vez --adeus,--" bem como as poesias "Palin�dia e "Retrata��o" -- foram inspiradas por Ana Am�lia Ferreira do Vale, cunhada do Dr. Te�filo Leal, ex-condisc�pulo do poeta em Portugal e seu grande amigo.

" Gon�alvez Dias viu-a pela primeira vez em 1846 no Maranh�o. Era uma menina quase, e o poeta, fascinado pela sua beleza e gra�a juvenil, escreveu para ela as poesias "Seus olhos" e "Leviana". Vindo para o Rio, � poss�vel que essa primeira impress�o tenha desaparecido do seu esp�rito. Mais tarde, por�m, em 1851, voltando a S. Lu�s, viu-a de novo, e j� ent�o a menina e mo�a de 46 se fizera mulher, no pleno esplendor da sa beleza desabrochada. O encantamento de outrora se transformou em paix�o ardente, e, correspondido com a mesma intensidade de sentimento, o poeta, vencendo a timidez, pediu-a em casamento � fam�lia.

" A fam�lia da linda Don`Ana -- como lhe chamavam -- tinha o poeta em grande estima e admira��o. Mais forte, por�m, do que tudo era naquele tempo no Maranh�o o preconceito de ra�a e casta. E foi em nome desse preconceito que a fam�lia recusou o seu consentimento.

" Por seu lado o poeta, colocado diante das duas alternativas: renunciar ao amor ou � amizade, preferiu sacrificar aquela a esta, levado por um excessivo escr�pulo de honradez e lealdade, que revela nos m�nimos atos de sua vida. Partiu para Portugal. Ren�ncia tanto mais dolorosa e dif�cil por que a mo�a que estava resolvida a abandonar a casa paterna para fugir com ele, o exprobrou em carta, dura e amargamente, por n�o ter tido a coragem de passar por cima de tudo e de romper com todos para despos�-la!

" E foi em Portugal, tempos depois, que recebeu outro rude golpe: Don`Ana, por capricho e acinte � fam�lia, casara-se com um comerciante, homem tamb�m de cor como o poeta e nas mesmas condi��es inferiores de nascimento. A fam�lia se opusera tenazmente ao casamento, mas desta vez o pretendente, sem medir concidera��es para com os parentes da noiva, recorreu � justi�a, que lhe deu ganho de causa, por ser maior a mo�a. Um m�s depois falia, partindo com a esposa para Lisboa, onde o casal chegou a passar at� priva��es.

" Foi a�, em Lisboa, num jardim p�blico, que certa vez se defrontaram o poeta e a sua amada, ambos abatidos pela dor e pela desilu��o de suas vidas, ele cruelmente arrependido de n�o ter ousado tudo, de ter renunciado �quele que com uma s� palavra sua se lhe entregaria para sempre. desvairado pelo encontro, que lhe reabrira as feridas e agora de modo irrepar�vel, comp�s de um jato as estrofes de "Ainda uma vez -- adeus --" as quais, uma vez conhecidas da sua inspiradora, foram por esta copiadas com o seu pr�prio sangue."


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