Um pranto manso, que não grita, que não faz escândalo,
mas que insiste em escorrer — silencioso —
por algo que nem sei se foi, se é… ou se será.
Choro pelo que já se desfez.
Choro, talvez, pelo que nunca chegou a ser.
E também por tudo aquilo que existe só no pensamento,
nas mil possibilidades que a vida poderia ter tomado… ou ainda pode tomar.
Não é tristeza.
É uma melancolia que me visita com as mãos vazias
e ainda assim consegue me tocar inteira.
Não traz mágoas, não cobra explicações.
Só se senta comigo…
e me ouve chorar sem perguntas.
É um lamento sem nome, sem forma,
como uma saudade de algo que nunca tive.
E tudo bem.
Deixo escorrer.
Porque, às vezes, o coração também precisa desaguar
sem saber exatamente por quê. D.A