O ponto final foi posto.
A desconfian�a apareceu.
A decis�o bateu a porta. O mar virou sert�o.
A teoria de que �felicidade � s� quest�o de ser� tem seus dias falhos.
Esses dias s�o (in)felizmente os mais produtivos.
N�o pro atleta, mas pro poeta, com certeza � uma fonte de inspira��o.
Quando nada parece fazer sentido, a gente tenta achar solu��o pra seguir.
Afinal, n�o h� o que se arrumar em uma casa em ordem.
N�o quero aqui me fazer de v�tima, mas � que quando a nossa dor lateja o peito,
ela parece ser a maior do mundo.
Sempre fui de sentir demais, querer demais e me jogar por inteira - mesmo quando
n�o tenho certeza do que (amor)tecer� a queda.
Queda hoje foi a seco. N�o tinha �gua, nem corda segurando.
Foi assim, repentina. To aqui no po�o, avistando o fundo e a luz da sa�da.
Sei que n�o cheguei no fundo, mas s� de estar aqui dentro, a sensa��o j� � suficientemente sufocante.
Enquanto escrevo penso no qu�o seria mais f�cil se voc� n�o tivesse sido o meu empurr�o aqui pra dentro.
Se o calor das nossas m�os estivesse explodindo.
Talvez n�o era pra eu pegar fogo ainda, n�o com voc�.
Dif�cil � dizer ao cora��o teimoso que fogo demais, queima, a alma.
Sem voc�, penso em mim. Quem sou agora que o depois de n�s chegou?
N�o restou muita coisa. O riso f�cil e a leveza, se perderam.
Aqui dentro t� uma bagun�a. Veio como feito onda forte depois de um dia de mar calmo.
Assustou. A corda bamba nunca foi segura, mas quando ela rompe, n�o tem como se manter em p�.
Hoje quando olhei pro c�u, me senti impotente.
O querer n�o � suficiente.
Quis alcan�ar as gal�xias, mas meus bra�os n�o conseguem nem abra�ar o mundo.
Quem dera chegar ao sol. Nesse impasse do desejo e do ter, olhei pro redor � to no caos.
Tudo fora do lugar e eu sei que isso n�o � ruim,
� nessas horas que a mente abre pra conhecer a alma.
Por isso, mesmo sentindo falta de ar, sei que consigo chegar ao ch�o de novo e sair desse buraco.
A cratera do peito talvez demore mais pra se fechar. Doa, arda.
Talvez nunca feche por completa.
Mas uma hora, a gente acostuma com a dor e ela deixa de ser fardo.
E a�, j� vou ter me ajeitado. E como tento ainda crer no �nada � por acaso�,
j� vou ter entendido o porque n�o deu.
Enquanto isso,
vou aproveitar pra rever cada peda�o meu
que estra�alhou e inundar meu po�o de paix�o, pela vida.

(Vida)