Mas eu morro de medo de n�o ser suficiente. Medo de nunca conseguir ser completo, de ser sempre esse copo meio vazio, esse livro mal terminado. Medo de ser feliz s� pela metade, de ter um amor pela metade, uma vida pela metade. De eu n�o conseguir ser suficiente pra nada, e nada conseguir ser suficiente pra mim. Medo da vida. De viver. Ou pior, de nunca conseguir viver. De ser apenas um corpo, no piloto autom�tico, fazendo o que se � obrigado a fazer, s� sobrevivendo, nunca vivendo. Medo de esperar muito de tudo, e acabar me decepcionando. Medo de tudo esperar muito de mim, e eu acabar por decepcionar. Medo de deixar de ser quem sou, pra ser o que querem que eu seja. Medo de deixar de ser o que quero ser, pra ser o que eles acham que eu sou. E morro de medo de deixar de sentir. De deixar de ver com meus pr�prios olhos, de pensar com minha pr�pria cabe�a, de amar por mim mesmo, de ser feliz por conta pr�pria. � medo. Medo, medo, medo. E repito, quem sabe, de tanto falar, aos poucos, ele se esvazia, e me liberta. E eu escapo dessa gaiola, e aprendo a criar asas e voar.