"Eu podia ouvir meu cora��o batendo. Eu podia ouvir o cora��o de todos. Eu podia ouvir o barulho humano que faz�amos sentados, nenhum de n�s se mexendo, nem mesmo quando a sala ficou escura."
Hoje eu acordei com vontade de escrever e gritar aos quatros cantos do mundo tudo o que se passa aqui dentro. Desde que eu perdi uma pessoa h� alguns anos, eu meio que deixei de utilizar as palavras para relatar emo��es, sentimentos. E foi com ele que aprendi o amor pela leitura, o fasc�nio pelos livros, a paix�o por todo o alfabeto, estrofes, versos, rimas, pronomes, v�rgulas e os v�rios pontos que a l�ngua portuguesa nos oferece. Me ensinou a sentir que posso fazer parte, pertencer � algo ou a algu�m, al�m da minha cama, mesmo que todos os dias eu deposite a minha cabe�a, estrelas e horizontes ao meu travesseiro. O mundo � vasto, mais imenso � o que guardamos em nossos olhos, todas as imagens, cenas que eles observam e assimilam. Dizem que olhares s�o infinitos. Mas, quanto dura uma eternidade de sorrisos? Quanto nos custa observar as nuvens, e se imaginar l� em cima, sob o teto da casa de Deus? Muitos n�o acreditam em todo este azul, que julgamos n�o ter fim, ou somos tolos e n�o sabemos para onde ele vai dar e se realmente ele nos leva � algum lugar. N�o sei as demais pessoas, mais eu gosto de ter um altar particular, um pedestal, onde coloco e tiro pessoas. Onde n�o se alcan�a, n�o se toca, arrisco em chamar de "Sagrado." Acredito que aonde moramos, s� nos mesmos temos conhecimento, pois cada um sabe de seu tamanho, o contorno das linhas e horizontes. O nosso intacto fica aonde a gente se permite, as escolhas, deixar ser tocado. A vida � isso o pincelar particular, o humanizar dos tra�os, contornos e cores.
(Escrito dia 02-11-2017 �s 13:10)