A cada dia que passa, a cada movimento rotat�rio que a Terra completa, a cada nascer e p�r do sol, o mundo est� em uma constante constru��o. A cada m�s s�o postos em pr�tica m�ltiplos projetos de construir novas casas, apartamentos, edif�cios fechados, shopping centers, de construir novas ruas, criar novas liga��es entre rodovias e estradas. A nossa tecnologia est� relativamente avan�ada e hoje em dia � perfeitamente admiss�vel viver em um completo conforto gra�as ao avan�o da mente humana e �s descobertas que ela fez. E atualmente, � completamente improv�vel que se possa ter sucesso sem antes ter muitos anos com cara nos livros de gram�tica. N�o se pode ir muito longe na nossa sociedade sem antes completar pouco mais de dez anos na escola. Somos instru�dos desde pequenos a nos preparar para o vestibular, um caderno de provas com m�dia de trinta folhas, sessenta quest�es e que � o caminho que muitos dependem para embarcarem em seus destinos e metas. Nascemos sem pedir e crescemos com a id�ia de que precisamos nos tornar financeiramente independentes para suprir as nossas pr�prias necessidades. Os col�gios tem como prioridade formar alunos capazes de se tornarem profissionais capazes de servir a sociedade. Nos obrigam a viver no meio dessa multid�o e a conhecer outras pessoas quando na verdade mal houve tempo de desvendarmos os nossos pr�prios mist�rios. Dependendo do interesse de cada um, se encontra nas universidades o caminho para se tornar um m�dico capaz de curar pacientes, mas n�o se encontra no mesmo lugar um jeito de ele curar a si pr�prio. Formam engenheiros capazes de criar obras dos mais variados tipos e tamanhos, mas n�o os educam a construir as valorosas pontes unidoras de almas e nem os arquitetos a desenharem mais portas e menos muros. S�o constru�das novas casas cada vez mais luxuosas e espa�osas mas que s�o abrigadas por pessoas cada vez mais vazias. A cada ano as expectativas de vida dos pa�ses tendem a aumentar, mas ningu�m se preocupa em prever as mortes ocasionadas no esp�rito de cada um a cada minuto, quando a nossa carne pode estar saud�vel e alerta, por�m o nosso interior j� se tornou p� h� muito tempo. Nosso instinto de sobreviv�ncia nos obriga a fugir de perigos, quando na realidade o perigo somos n�s, quando na realidade queremos � fugir de n�s mesmos. Encontramos moradias em v�rias partes da cidade, mas n�o encontramos nenhum abrigo aptos a nos proteger das nossas afogadoras ondas de crises internas, nem algum ref�gio que nos esconda das amea�adoras tempestades de pensamentos subversivos. Nos proporcionam a possibilidade de viver em aconchegos superficiais, mas n�o nos proporcionam uma maneira de aquietarmos as nossas bagun�as e gritos intr�nsecos. Nos d�o rem�dios para curar os mais diversos tipos de dores, mas n�o nos d�o medicamentos capazes de curar as nossas feridas internas. S�o postos em pr�tica m�ltiplos projetos de construir novas casas, apartamentos, edif�cios fechados, shopping centers, mas nem chegou a ir aos papeis o projeto de aquecer o contato e a conviv�ncia entre as pessoas. Ali�s, podemos comprar diversas coisas nos shoppings, mas n�o s�o nas vitrines que vamos encontrar as nossas verdadeiras riquezas. Podemos apreciar a nossa sofisticada tecnologia atual, mas ela � certamente descart�vel se antes n�o soubermos apreciar as sofisticadas coisas simples. A humanidade se tornou adulta no ramo de descobertas na ci�ncia, por�m ainda � prematura no setor de descobrir a si mesma. � at� o momento infantil na �rea de desvendar os enigmas da pr�pria mente e de resolver as inc�gnitas da pr�pria exist�ncia. Existem b�ssolas e GPs capazes de mostrar nossas localiza��es, mas n�o existe nenhum aparelho capaz de mostrar onde estamos quando nos perdemos de n�s mesmos. O mundo est� em uma constante constru��o e, dentro desta, � not�vel que estamos nos demolindo cada vez mais.