"E se o amor tivesse o mesmo tamanho de qualquer outra coisa que nos faz sentir vivas? Talvez assim perceberÃamos que a vida já está cheia e o que realmente falta não é um grande amor, mas a liberdade de acreditar que ele é só mais uma gaveta e não o móvel inteiro." Esse é um trecho do novo livro da Marcela Ceribelli (Sintomas - E o que mais aprendi quando o amor me decepcionou). E esse capÃtulo: Amor como promessa, traz reflexões tão valiosas que eu quis compartilhar com vocês. Ela fala, sobre o fato de que nós mulheres, aprendemos a vida inteira a centralizar o amor, a guardar pra ele o maior espaço das nossas vidas, a ponto de mesmo tendo bons amigos, carreira sólida, hobbies que nos fazem bem, se não temos um relacionamento amoroso, nos sentimos incompletas. E isso afeta a nossa autoestima de um jeito brutal. Será que se a gente não tivesse conquistado qualquer outra meta da nossa lista, isso nos afetaria como nos afeta não ter conseguido o amor? Parece que esse é o nosso propósito, o principal objetivo da vida. Ceribelli, alerta sobre os perigos do amor continuar sendo vendido como a chave da realização pessoal. Vai continuar sendo uma derrota pra quem nunca encontrou o amor e também pra quem já encontrou e percebeu que não foi suficiente. Por isso muitas mulheres continuam em relacionamentos que não são saudáveis, porque terminar, não é apenas pôr um fim na relação em si, é admitir que fracassou e carregar a culpa por isso, que não foi capaz de conquistar e manter o que há de mais importante na vida. Você pode acabar uma amizade, fechar uma empresa, mas não pode abrir a boca pra dizer que quer sair de um casamento. O que eles não querem que a gente perceba, é que uma mulher sozinha na verdade, não é uma mulher que fracassou, é uma mulher livre, livre pra descobrir que o amor é apenas uma gaveta e que há várias áreas importantes da sua vida com imenso potencial pra te fazer feliz, se você se dedicar á elas como tem se dedicado ao amor por tanto tempo. Ela também fala sobre o fato de homens não carregarem o peso da centralidade do amor, como nós carregamos. O que a gente vê como solidão, eles veem como liberdade, como espaço. Nós fomos ensinadas a ver o amor de forma diferente. Tem outra frase do livro que diz assim: "O amor não pode ser um destino que nos distrai da própria vida." Eu achei irretocável. Então talvez, seja a hora de parar de esperar que o amor organize nossa vida pra gente começar a viver uma vida tão cheia, tão nossa, tão completa, que o amor quando chegar, só vai somar. Não vai salvar, não vai completar, não vai resolver, só vai somar, porque uma vida que já está cheia, não precisa de salvação, precisa de companhia e essa é a diferença entre desespero e escolha.
— .(Escrito dia 26/07/2025, às 21:04).